domingo, 5 de julho de 2009

1 - O aprendiz e o virtuoso sensitivo:

Os caminhos verdadeiros estão na essência
Não se deixai ludibriar pela vida aparente
No silêncio da alma e da própria tristeza
Emerge a alegria
Pois tudo que é brusco e que acontece de repente
É falso
Quereis algo mais verdadeiro que a tristeza?
Algo mais espirituoso que a lágrima?
Os caminhos verdadeiros estão no silêncio da tristeza
Na letargia da arte
No antagonismo da loucura
Na força descomunal do virtuosismo
Os caminhos verdadeiros estão na lágrima humana
Gotas dos divinos céus
Força poderosa irresistível
Pobres daqueles que não percebem
Que quem rege a vida é o próprio inconsciente
E não este consciente perdido e minúsculo
As novidades são promissoras
Contanto que a pessoa tenha a sutileza da percepção
Pés firmes à terra
A arte é a vida que nunca poderá morrer
Distante e próxima de tudo



2 - Conduta moral adequada

Todas as noites, a criança dormia nos braços de Deus
Sim! Porque todos eles estão aqui.
Não só vêm nos visitar como convivem conosco
Queima a chama invisível do espírito
Acende vontade irresistível da psique
Sente coração palpitante
Toda a história das tuas vidas
Esta é a grande aventura da vida
Que seria de ti sem o mistério
Que seria do homem sem a aventura de desvendar?
O mistério é pois uma das chaves da vida
Que a trilha que a tua alma percorre
Seja a prevista pela tua consciência
Que Deus nos proteja
Oremos até que estejamos fatigados
E depois oremos ainda mais
E todavia mais
Pois viver é orar
Orar é viver não há distinção
Eles estão aqui
Vive segundo tuas mais íntimas concepção
Extirpa os modismos
Faça queimarem-se as banalidades
Cala a superfluidade que a vanidade junto vai
Enternece-te na ventura de Deus
Sede profundo, directo e grande
Não te contentes com pouco
Luta e vai até o fim



II

De onde vêm este brilho inigualável?
Olhos! Olha a quem te dirige
Não desvia o olhar um segundo sequer
Fala aquilo que queres com veemência e força
Sutileza e brandura
Olha! Não desvies o olhar
Porque é aí que está tua alma
E por estes que falará mais
Não através das palavras
Estas são débeis e frouxas
Quase que um lapso de vida
Se comparadas com a veracidade de um olhar
Olhar fulminante, olhar brando
Os olhos são um cântico
A linguagem assim se reduz a quase nada
De onde vêm este brilho inigualável





3 – Crer em Deus.

Eis que é chegada a hora
O momento é pertinente
As expectativas são promissoras
Multitude de dilemas
Incertezas, dúvidas e tristeza
Pesar, amargura e por fim...
Um sofrimento terrível, inintendível
Quase a morte
E ainda digo:
Eis que é chegada a hora
O momento é pertinente
As expectativas são promissoras
Será esta a maior burrice?
Parlapatice ou bestiesa?
Crer num futuro benéfico e proveitoso
É crer em Deus






II – Verdadeira vida



Poder espiritual
Percepção angelical
Vôos da alma
Na profundidade do ser
Encontra-se o verdadeiro mundo
Que novidade extasiante!
Concepção inebriante
Logo fico todo cantante
Alegre, feliz por um novo perceber
Posso ver, ouvir, sentir e tocar
Estarei louco?
Serão momentos escassos da vida?
Será esta a verdadeira vida?
Vivo então a falsa?





III - Reflexão



Que noite linda esta
Até parece que as sombras estão vivas
Que as plantas algo querem falar
Noite tal que vou até rezar
Outrora tal era a audácia do mundo
Que o fogo da vela não quis apagar
Que vão os outros de min falar?
Penso que tal foi a benevolência de Deus
Que deixou ao homem a arte inventar
Tantos artistas magníficos
E quantos religiosos não tão valorosos foram amarrar
Homens de visão que a tudo queriam inventar




4 – Mundo espiritual
I – Lamentos



Senhor Jesus Cristo
Levantai-me deste buraco negro e pérfido
Somente teus braços terão força para isto
Salva minha alma
Limpa meu espírito
O sofrimento me atazana
Dá-me a mão, a tua força
Põe-me no verdadeiro caminho
Deixa-me atravessar a porta espiritual
E notar a tênue luz, luz da salvação
Seguimos a tua doutrina de luz e glória
De “Bem Aventurança”
Humildade, caridade e labor
Será que somos dignos?
Muitos são os chamados, poucos os escolhidos
Uma dúvida pertinente vêm da alma...
Serei eu um cego?
Caso seja: Perdoai-me senhor
Súplica veemente





II - Êxtase contemplativo
Obrigado senhor
Pela possibilidade de mais uma oração
Suspiro sincero, alma suplicante
Canto com esmero, coração tonante
Obrigado grande guia




III – Tomada da “consciência abrangente”



Imagino o quão pequenas são
Minhas cogitações
Dentro das verdades do Universo
De certo modo estes pensamentos me apaziguam
Trazem-me certo conforto
Sinto que as novidades são promissoras
Prosseguirei nas diversas atividades
Na esperança de que Deus é amor




5 – Quê é isto?

I – Cogitações preliminares
Quê é isto: A felicidade?
Sentimento pleno
Estado de perfeição
Objetivo do ser
Sorriso constante para tudo e à todos
Energia Divina
Inebriante, extasiante
Contagiante, para frente
Objetivo do mundo
Sol acalentador
Coração pulsante
Caminho de todos
Sublime perfeição
Quê é isto: A felicidade?
Felicidade
Sorriso constante
Maior que as sete maravilhas do mundo
Mais interessante que as 100 bilhões de galáxias do universo
Melhor que o dinheiro
Aliás: Riqueza de espírito
Além da razão
Chega ser até ininteligível
Quê é isto: A felicidade?
Impulso do ser
Que são os problemas diante de uma pessoa feliz?
Senão ínfimo grão de areia diante do maior monte do mundo
Como refutar tal verdade?
Como obumbrar tanta luz?
Esta é meus amigos...
A satisfação humana derradeira
Nem sorvete de chocolate
Nem parques de diversão
Nem sexo ou televisão
Podem ousar se comparar
Aos olhos que brilham
Ao coração que anseia
A verdade do mundo!
A verdade universal!
A felicidade!


II - Divagações

Quê é isto: A felicidade?
Caminho prosaico
Verdade irrefutável
Vontade sem limites que toma minha alma
Caneta de inesgotável tinta
Caminho seguro
Certeza absoluta
Falta de esteriótipos
Humildade, fortaleza
Isto é a felicidade
Amizade, fraternidade, humanidade
Eterno poema que satisfaz
Numa constância inacreditável


III - Descobertas

É a cegueira de todas as outras coisas
Que em suma são consideradas inúteis, ilusões
Quando descobre-se
Quando sente-se
Felicidade
Quê é isto: A felicidade?
Música à um só tempo profunda e hilária
É o andar à toa para todos os lados
E à todos que ver passar amar
Não há quem resista à um sorriso afável
Ou um gesto agradável

IV - Conclusão

É social
Busca sempre o próximo
Preterivelmente os olhos do próximo
É por isto que no amor
Encontra-se a felicidade






6 – Representação

São somente os mais sábios
Que podem se dar ao luxo de ser ingênuos
De representar o patético
Somente os mais sábios
Podem fingir que não sabem
Podem e devem
Do contrário seriam taxados de gênios
Somente os mais sabidos
Podem parecer os mais ignorantes
E muitas vezes taxados de estúpidos
Pelos gênios






7 – Sátira da folha branca

É preferível ter às mãos
Uma folha branca para escrever
Que outra pessoa para confabular
Pois com facilidade pode-se ver
Que a folha branca pode melhor interpretar
As idéias que das mãos à tinta vão
Que podem os outros entender
A que vai da boca ao cérebro





8 - O encontro da verdade

As coisas supérfluas deste mundo
Não mais me convencem
O sentido profundo me imunda
Como uma nova realidade
Profunda e maior
Fazendo com que percebesse
Que até então
Fui enganado
Pelas convidativas ilusões da vida



9 – Metáfora do bolso

Um bolso não usado
Não está agindo como bolso
Por isto não constitui um bolso
Assim como todos os seres humanos
Que são sensitivos em potencial
O bolso vazio é um bolso cheio em potência







10 – O aprendiz e o virtuoso sensitivo

Os caminhos verdadeiros estão na essência
Não se deixai ludibriar pela vida aparente
No silêncio da alma e da própria tristeza
Emerge a alegria
Pois tudo que é brusco e que acontece de repente
É falso
Quereis algo mais verdadeiro que a tristeza?
Algo mais espirituoso que a lágrima?
Os caminhos verdadeiros estão no silêncio da tristeza
Na letargia da arte
No antagonismo da loucura
Na força descomunal do virtuosismo
Os caminhos verdadeiros estão na lágrima humana
Gotas dos divinos céus
Força poderosa irresistível
Pobres daqueles que não percebem
Que quem rege a vida é o próprio inconsciente
E não este consciente perdido e minúsculo
As novidades são promissoras
Contanto que a pessoa tenha a sutileza da percepção
Pés firmes à terra
A arte é a vida que nunca poderá morrer
Distante e próxima de tudo




11 – Sobre o movimento pela idéia

A arte é reflexo da vida
A corrida é um reflexo do pensamento
A arte é a expressão da vida
A corrida é a expressão do pensamento
A arte é a vida
A corrida é o pensamento









12 – Princípio de tudo

Onde houver uma folha em branco
Onde houver uma tecla à disposição
Onde houver uma corda à ressoar
Onde houver um silêncio...
Haverá vida!
Pois a criação depende de um princípio vazio
Viva a arte!





13 – Retratação da realidade

I - Realidade interna

O medo será sempre medo
Alegria sempre alegria será
Enternecimento sempre enternecimento
A lágrima sempre lágrima
Sorriso por sorriso será sempre alegre
Sinceridade é eternamente sincera
Através do tempo
Através do espaço
Em todas as civilizações do mundo
Diante de todas as realidades
As reações internas são iguais
Diante das realidades diferentes
Que por isto mesmo
Se tornam realidades iguais
Pois é a interpretação
E não a realidade
Pois é a interpretação que reconstrói a realidade



II - Paródia



Ora estas, que paródia é a vida
Hilário labirinto de caminhos muitos
Comédia de muitas trapaças
Quem é o que entende a sutil piada
O que ri às favas duma parlapatice qualquer?
Ou o que interpreta a ardilosa e sutil hilaridade



III - Imagem da imaginação



Ora estas que é a vida senão uma abstrata construção
Onde tudo depende de interpretação
Um quadro belo é bem visto
Um feio é mal visto
Qual será o belo? Qual o feio?
De quê devo rir e por quê chorar?
Seguir modismos? Seguir o coração?



IV – Inflamação, alteração pela conclusão



Sempre mudar
E por isto extasiar, abismar, espantar
E mesmo que ao mesmo eu veja
Estará o mesmo diferente
Porque eu mudei
E por isto extasiar, abismar, espantar
Ciclos iguais não são iguais
Ora estas, que paródia é a vida


14 – Visão noturna do sensitivo

A noite hoje está tão bela
Eu amo ver a chuva cair à noite
Iluminada por luzes da rua
Os fios de eletricidade, com pingos
E as folhas verdes das árvores
A noite hoje está tão bela
Se eu pudesse eu seria a própria noite
Para viver este momento eternamente
Ficaria satisfeito até
Se apenas sonhasse que sou a noite
Porque no sonho
No momento em que sonhamos
Achamos que aquilo é real
Então me sonho seria realidade
Enquanto sonhasse
Será que quando estamos despertos
Não estamos sonhando?
Porque acreditamos ser real a realidade
E se porventura acordamos da realidade
Notaremos que foi apenas um sonho



15 - Sementes da floresta

Mal é parte do mundo
Um estúpido à isto não vê
Vive em sua ignorância feliz
Que não é a verdadeira felicidade
Acometido pelo mal estou
Crio forças de meu âmago para à isto superar
Pois isto é parte
Ainda bem que passo pelo tormento
Pois o tormento faz-me mais forte
Que se assim não fosse
Forças de meu espírito
Se elevam de maneira infindável
E quando caído estiver
Quando torpe e terrivelmente dolorido
Brilharão meus olhos
E gritarei até que meus pulmões doam
Crescendo em espírito
É esta a força da vida
É este o bem supremo
Tão arraigado com o sofrimento
Quanto uma floresta que queima
E plorifera sementes
Para novos florescimentos





16 – Mundo eterno

I – Eterno devedor
Não há de ser todo momento especial?
Por que não este?
Na vida do homem a bem aventurança é benção.
Tal é a proporção do sofrimento
Tudo parece ser eterno lamento
Vejo que devo aprender a lição
E louvar, agradecer antes de pedir
Orar e venerar antes de reclamar
Servir e trabalhar antes de redarguir
Oh Deus! Quão grande é tua benevolência
Nos caminhos que permeaste aos pecadores
Como poderei pagar? Como retribuir?
A eterna dívida que para contigo e teus servidores tenho?



II – Eterna busca
Não é a ele que buscamos?
Não é ela quem tantos queremos?
Amor e alegria, as verdades perenes
O fim último de nossa labuta
A derradeira alegria
O pranto final
A satisfação espiritual
Obrigado... Obrigado...




III – Eterna amizade
Assim passa
Que nas sendas espirituais
Muitas almas temos
Como amigas de coração
Que num momento
De fugaz eternidade
Se consuma uma surpresa
Um encontro inesperado
Donde resplandece uns olhos
Num olhar vago e longínquo
Tudo tão próximo e tão distante
No contato entre os mundos
Que em suma são um só
Floresce uma chama
Lapso vivaz
Alegre envolvente
Comovente que descreve
Antigos laços




IV – Benção
Bendita seja a própria realidade
Por Deus criada



17 - A grande receita

A vida deve-se engoli-la
Antes que ela te engula
Deves tu comanda-la
Antes que ela te comande
Deves doma-la
Antes que ela isto faça com você
Não existem surpresas na vida
Tampouco incovenientes
O que existe é gente perdida
É gente que nem sabe que quer
Se abisma diante do primeiro alarme
Perdendo a sã consciência
Correndo sem sentido
Gritando palavras sem nexo
À estes sobrará a desventura
De perderem-se no labirinto
E quiçá não mais retornar
Se queres pois bem viver
Engole tu antes ela
Que ela antes a ti faça isso
O desespero é o cúmulo
O auge de um clamor desnecessário
Mais vale olhar à frente
Que ao chão se atirar
E aos prantos gritar
Até perder a voz
Não... Isto não é certo
Mais vale muito orar
E com convicção no mundo atuar
Fé inabalável e força de vontade
Ânimo, espírito e calor
São nossas forças
Que do nada surgirão
E o tudo construirão
Pois riqueza é capacidade de produção
E há muito por atuar
Muito por fazer
Projetos e trabalhos
Armações das mais diversas
Quereres, vontades inacabáveis
Serão nossos emblemas daqui por diante
Pois o futuro nunca está distante
Quando o hoje é tão intenso e requisitado
Quanto o amanha que se pretende chegar
Para isto servem os projetos
A vida pede projetos
Assim como um prato uma receita
Para que não vire uma dessas receitas horríveis
Quem comanda a receita?
Quem escolhe o cardápio?
Quem faz a comida?
Quem a come?
Farás tu tudo isto?
Melhor que faças, já que...
A vida? deve-se engoli-la
Antes que ela te engula


18 - A maçã e o pecado

O prazer parcial não me seduz
Tudo o que é parcial é limitado
O conjunto é integral e harmonioso
Não tive alternativa
O prazer maior é contemplar a vastidão do universo
Se comprazer no sublime silêncio
Em meio à tristeza
Não se iludir com a margem da água
Mas sim notar a profundidade
De lugares desconhecidos e misteriosos
O prazer maior é tão sério e consciente
Que se afasta até do sorriso
O prazer maior é sábio e sério
Percebe o quanto perece o que é parcial
Não é morder uma maçã
Mas contemplá-la
A solidão é o maior prazer
Isto é sabido...
Mas não cumprido!
Qual a saída?
Sim, é esta!
Ensinar a verdade à todos
Definitivamente resolvido
Uma verdade maior
Além das ínfimas preocupações mundanas
Além, Além, Além
Do pequenino desejo humano
Além, Além, Além
Da visão com os olhos
Percepção do espírito
É a que me leva à contradição
Ao dilema, ao atrito
Não é assim, acaso, o progresso?
Por isto ser mais perceptivo é perigoso
Põe em risco à todos que te circundam
Não te entenderão
Não irão sequer querer te entender
A verdade última um dia irá prevalecer
O amor inunda o mundo
O amor integral
Onde o que era pecado se transforma em virtude
No final o pecado é uma virtude
Depende do sentido dado ao ato pecaminoso
Não se deve ver com os olhos
Senão com o espírito
O prazer parcial não me seduz
Mas sim aos que me envolvem
Me cerco de erro... Como acertar?
Não creio mais em meu próprio corpo
A que ponto cheguei?
Meus sentidos não me convencem
Meus sentidos não me seduzem
O prazer dos sentidos me é petulante
Chega a ser algo irracional
Sem fins plausíveis ou concretos
Praticamente uma ilusão
O caminho está por completo no psiquismo
Caminho intelectual e sentimental são a última verdade
Que dá sentido ao físico


19 - Visão com os olhos e visão com o espírito

Minha alma se confrange
Diante de tal dualismo
Ainda que possa entender
O que ocorre no pecado
Pois o pecador nunca é ciente de seu pecado
Pois está limitado por sua ignorância
Que a si mesmo é lhe desconhecida
Por isto não existe pecado no mundo
O que existe é ignorância
Que deve ser combatida com o desenvolvimento do potencial integral do homem
Para que passe a ver com o espírito e não com os olhos
Não mais seja seduzido por sua própria ignorância
Nem viva mais a completude de sua limitação
Que descubra contemplar a vastidão do universo
Com o espírito
Porque com os olhos não se enxerga tal complexidade de realidade
Sejamos tristes, sérios e sábios
Fugindo à ignorância do prazer limitado
E unindo-nos ao prazer integral

20 – Olhar à frente

Vamos chorar juntos
Chorar por min
Chorar por você
Pois as nossas aventuras foram errantes
Vamos orar juntos
Pois o futuro todavia nos espera
E tamanha é a benevolência de Deus
Que criou um tempo sem fim
Pois já previa nossas fraquezas
E por certo
Que levaríamos muito tempo até enredar
Em veredas lineares
Não percamos mais pois
Nosso tempo
Que as mágoas se dissipem
Oremos

21 - A graça do amor


Por muito tempo ficaste guardada num escuro saco
Desperta, desperta pedra
Acorda espírito de Deus afasta-nos o asco
Por muito tempo ficaste apagada de modo triste
Ascende, ascende vela, traz-nos a luz e vida
Por muito tempo ficaste sem vida, mórbido
Queima, queima inscenso dos caminhos espirituais
Sem que se possa definir no tempo ou datas precisas
O coração se turvou, e a alma se apagou
Acalente-se, pois, coração
Brilhem os olhos em lágrimas
Que o calor de Deus se manifeste
Por muito tempo...
Quanto tempo?
Não, na escuridão não há tempo
Mas sim somente o medo, pavor, incerteza e insegurança
Que as luzes das orações diárias
Venham nos trazer, não sem labor pessoal
Não sem esforço de corpo e mente
Não sem as exigências dos mundos espirituais
Não sem o limite do sofrimento
Antes nos ter atormentado
A graça do amor

22 - A parte eterna
Estou novamente aqui
É com se nunca tivesse deixado de estar
Pois mesmo que o todo
Fragmentado em partes seja
Há sempre a sensação de infinitude
Por diferentes momentos
Das diferentes situações
Quando as partes têm um único sentido
Não são mais partes
A vida funciona assim
Todas as partes são eternas
O início é a continuação
O fim é fim apenas para a sensação
Fazer e tornar a fazer
Não é igual que simplesmente fazer
De onde provém esta divisão senão da aparente sensação?
Assim são os fragmentos do treino de um corredor
Uma só vivência
Um só momento

23 – Simplesmente isto

Um novo hausto de ar penetra em meus pulmões
A música extasia-me os ouvidos
Meu corpo vivencia a plenitude da força física.
Oh! Quão bela é a vida!
Uma nova onda de vida inunda minha alma,
Me sinto bem,
Simplesmente isto.



II - Instigação
De quê modo percebemos a vida?
Qual é o sentido que aplicamos tudo o que nos cerca?
Conseguimos, acaso, perceber a proporção de nós mesmos?
Onde está aquilo que humaniza o homem?
Por onde andará o esforço e a abnegação?
Acaso viste por qualquer canto a audácia dos grandes projetos e a força de suas realizações?

Nenhum comentário:

Postar um comentário